terça-feira, 20 de outubro de 2009

Manifesto:

Do Centro Acadêmico de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia à comunidade acadêmica da FABICO/UFRGS

ATENÇÃO

Em uma reunião no dia 21 de SETEMBRO de 2009 – há 26 dias – com o Diretor da FABICO, Ricardo Scheinerds, a Vice-diretora da FABICO,Regina Helena Van Der Laan, um representante do DACOM e dois do CABAM foi ACORDADO, entre todas as partes, O USO DOS ESPAÇOS DA FACULDADE DURANTE A SEMANA ACADÊMICA do segundo semestre de 2009.
Contudo, descobrimos no dia 16 de outubro – ÚLTIMO DIA ÚTIL ANTES DO EVENTO – que os alunos da Comunicação marcaram suas atividades nos locais que haviam sido reservados a nós. É a segunda vez que esta atitude ANTIDEMOCRÁTICA E IRRESPONSÁVEL ocorre: na I SAIBAM, em maio deste ano, já com a programação e os locais prontos um mês antes do evento, fomos OBRIGADOS a alterar nosso planejamento uma vez que a Comunicação resolveu, pouco tempo antes, realizar sua Semana Acadêmica. Como resultado, tivemos SUPERLOTAÇÃO NA SALA 408, com 94 PESSOAS EM UMA SALA COM CAPACIDADE PARA 60.
Estes dois ocorridos demonstram A FALTA DE RESPEITO QUE AS AUTORIDADES DE DENTRO DA FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL TÊM PARA COM SEUS ALUNOS DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO. É injusto com a organização do evento, seus palestrantes e ouvintes terem sua programação alterada SEM PRÉVIO AVISO.
Cabe ressaltar que dos 11 palestrantes que foram convidados, 7 são DE FORA DA FACULDADE.
Além da programação corriqueira, abrimos espaços para a criação artística e intelectual dos discentes através de projetos como a Exposição Fotográfica,
a Oficina de Pinlux e a apresentação de trabalhos dos alunos, além de sessões de filmes temáticos.

Lamentamos com pesar o tipo de [DE]FORMAÇÃO ÉTICA QUE ESTÁ SE PRATICANDO NESTA FACULDADE -- ou seria um coleginho?

CABAM
Centro Acadêmico da Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia da UFRGS

Atividades paralelas a II SAIBAM

* II Exposição Fotográfica - Saindo do suporte : recortes de [IN]FORMAÇÃO
* Oficina de Fotografia Pinlux
* CineCABAM: Brasil, LGBTT, Musicais
* Apresentação de trabalho dos alunos
* Eleição para gestão 2009/2010 do CABAM
* IV CABAManguaça: a festa do CABAM

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estilo Bukowski de levar a vida..

A noite toda bebendo, cerveja, cachaça, tequila.. seja lá qual opção (ou todas elas juntas) beber! Beber, conversar, desabafar.. enfim, sair da rotina sufocante pelo menos por algum tempo, e com uma bela ajuda etílica. Ah, não tem nada melhor. Não tem terapia melhor.

Obs.: Não me venham com hipocrisia.

Uma frase dele, pra fechar:

"É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom,bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa."

quarta-feira, 17 de junho de 2009


A sala foi encolhendo sem parar, até que a menina que roubava livros pôde tocar nas estantes, a poucos passinhos de distância. Correu o dorso da mão pela primeira prateleira, ouvindo o arrastar de suas unhas deslizar pela espinha dorsal de cada livro. Soava como um instrumento, ou como as notas de pés em correria. Ela usou as duas mãos. Passou-as correndo. Uma estante encostada em outra. E riu. Sua voz se espalhava, aguçada na garganta, e quando ela enfim parou e ficou postada no meio do cômodo, passou vários minutos olhando das estantes para os dedos, e de novo para as prateleiras.Em quanto livros tinha tocado?Quantos havia sentido?Andou até o começo e fez tudo de novo, dessa vez muito mais devagar, com a mão virada para frente, deixando a palma sentir o pequeno obstáculo de cada livro. Parecia magia, parecia beleza, enquanto as linhas vivas de luz brilhavam de um lustre. Em vários momentos, Liesel quase puxou um título do lugar, mas não se atreveu a perturbá-los. Eram perfeitos demais.



Markus Zusak in A menina que roubava livros

sábado, 2 de maio de 2009

Cachorro


Esse título acima, é minha grande paixão. Eu seria veterinária se não fosse fresca, mas como desmaio ao ver qualquer pessoa ou animal sofrendo, vou ser bibliotecária (haha, tuudo a ver). Mas enfim, venho aqui com o total intuito de desabafo. Na madrugada de quarta para quinta, acordo com barulhos vindo da garam e com um dos meus cachorros latindo, acordei meu pai pra irmos ver o que acontecia. Não quero expor e reviver aquele momento, mas resumo: meu cachorro passou mal, espumou, caiu e respirou com dificuldades, tudo isso em menos de 10 minutos, levamos ele para a veterinária quase insconsciente, às 6h da manhã. Foi horrível, a pior cena que já vi e que mais abalou. Às 8h meu pai liga e nos comunica que o Banzé, com apenas dois anos, morreu. Aquele cachorrinho que encontrei na praia e botei 'milagrosamente' dentro do meu pátio, sob o risco de ser devorado pela Musa (minha outra cadela) e de quase fazer com que minha mãe tenha um ataque por ver mais um cachorro. Banzé conseguiu a proeza de ser aprovado pela Musa (!!!), pelo meu pai, pela minha mãe, pelo Sig e pelo Mancha. Ficou com nós durante dois anos e nos trouxe inúmeras alegrias, nunca incomodou, nunca fugiu, nunca ficou doente. E quando vê, do nada, morre.

Não sabemos ainda o motivo, meu pai levou o corpo dele para a veterinária da UFRGS fazer necropsia. Se for envenamento, vai me doer, como podem fazer maldade tamanha? A casa ficou estranha sem ele, a Musa ficou sozinha, nós ficamos sozinhos. Porém, sabemos que proporcionamos a ele uma vida feliz, só de olhar pro banzé dava pra ver que ele era feliz.

Termino esse post dando uma dica: amem seus bichinhos, a capacidade que eles têm de fazer com que sejamos pessoas melhores e mais alegres é incrível. Faço também minhas as palavras de Marquês de Maricá: "ninguém pode se queixar da falta de um amigo, podendo ter um cão."

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Insista - Fabrício Carpinejar

Sempre insista. Fale mais do que seja possível pensar. Insista. Temos que ter a capacidade de superar as resistências. Toda primeira conversa enfrentará uma série de inconvenientes. Mas insista. Não recue com a gafe, com o estardalhaço, com a vergonha. Siga adiante. Comece a rir sozinha. Rir é receber a pergunta: o que você está rindo? Rir é ser perguntado. Não há motivo para rir, rir é se abraçar. Minha risada é meu gemido público. Acordar me deixa excitado.

Talvez aquela amiga não queira namorá-lo para não estragar a amizade. Portanto, diga: quero hoje estragar nossa amizade. Estragar de jeito. Arruinar nossa amizade. Corromper nossa amizade.

Estrague fundo, o amor pode estar recolhido nela. Mas não aceite tão rápido o que ela não acredita. É disfarce, vivemos disfarçados de normalzinho, de ponderado, de retraído, porque a verdade quando surge faz atitudes impensadas, como comer algodão-doce nesta terça-feira diante de uma escola de normalistas. Que saudades de acenar para uma freira dirigindo um fusca. Deus é uma freira dirigindo um fusca. Tenho saudades de me exibir cortando laranjas. As tiras simétricas, os cabelos loiros da laranjeira. Tenho saudade de passear com a minha laranjeira.

Não se explique, insista. Eu não vou ficar esperando alguém me salvar. Eu mesmo me salvo. Eu mesmo me arrumo para a loucura.

Insista. O apaixonado cria sua boca. Cria sua boca para cada boca. Caso tenha prometido ir atrás dele, vá. Telefone, ainda que atrasada dois anos da promessa. Volte atrás, não queria pensar com os olhos, a boca são olhos mais atentos.

Não se intimide ao encontrar seu homem no momento errado. É sempre o momento errado. Seja o momento errado da vida dele. Mas seja parte da vida dele.

Seja o erro mais contundente da vida dele. Seja a vida do seu erro, para ele errar mais seguido.

Talvez aquele amigo não converse para manter a aparência de misterioso. Talvez ele nem saiba conversar, seja incompetente. Insista. Uma hora ele vai tomar um porre do seu silêncio, sentar no meio-fio e falar aramaico. Todo homem guardado uma hora fala aramaico. Insista, esteja perto para o sermão dos pássaros no viaduto.

A vida mete medo quando ela não é formalidade, não temos como nos defender do que parte dos dentes. Tenha um medo assombroso da vida, que é mais justo, deixe a morte com ciúme e inveja, deixe a morte sem dançar.

Não fique articulando frases inteligentes, comoventes, certas. Insista. Sei o valor de uma fantasia, mas insista. Tropeçar ainda é andar, pedir desculpa ainda é avançar, concentre-se na dispersão.

Ninguém quer falar com ninguém. Mas insista. Na sala do dentista, no trem, no ônibus, no elevador. Insista. O que mais precisamos é estranheza para reencontrar a intimidade. Não há nada íntimo que não tenha sido estranho um dia. Seja estranho com o ascensorista, com o porteiro do prédio, com a colega. Declare-se apaixonado antecipadamente. Depois encontre um jeito de pagar. Ame por empréstimo. Ame devendo. Ame falindo.

Mas não crie arrependimentos por aquilo que não foi feito. Sejamos mais reais em nossas dores. Tudo o que não aconteceu é perfeito. Dê chance para a imperfeição. Insista.
Estou cansado de me defender - sou só ataque. Insisto.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Descomplique!

Uma coisa que não entendo: às vezes me questiono porque as pessoas complicam, se tudo parece ser relativamente simples. Mas, virando a esquina, ali onde o vento faz a curva, me pego - eu mesma - complicando.
Pois é, certas coisas são simples demais pra mim, só depende dos outros, mas por outro lado, outras pessoas esperam que eu descomplique para elas. Porque tudo é assim? No fundo, é tudo uma questão de permitir-se, deixar que aconteça, fazer um gesto que mude, perder o medo e deixar ver no que vai dar.
Mas em vão, resolvemos nos prender, esperando que o coleguinha ao lado descomplique para nós, ou que continuemos ali parados, esperando e insistindo.
Não adianta pensarmos na complexidade que passa na cabeça ao lado, tentando mudar certas situações, e sim desenrolar o que nós mesmos enozamos. Acho que a probabilidade das coisas darem certo aumentam.

Dica do dia para mim mesma: Carla, permita-se.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Isso é muita sabedoria.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Clarice Lispector